E
QUANDO O ASSUNTO É VOLTA ÀS AULAS?
Maria Carolina
G. S. Lolli
O retorno das aulas pode ser motivo de
empolgação e alegria para muitas crianças. No entanto, a volta à rotina escolar
pode se transformar em um pesadelo.
Os
sentimentos de aflição e ansiedade que muitas crianças têm, pode estar
relacionado com todas as mudanças prestes a acontecer na rotina que no período
de férias ficou um pouco diferente. Com o retorno das aulas, os horários mudam,
existe a necessidade de conviver com pessoas diferentes, as regras e as
responsabilidades reaparecem. Tudo isso
fica ainda pior se a criança mudou de escola ou se ela está prestes a iniciar
um novo ciclo, como a passagem da Educação infantil para o ensino fundamental,
por exemplo.
A adaptação das crianças menores merece a atenção
dos familiares. Durante esse processo, é fundamental que a criança se sinta
segura e perceba que está no meio de pessoas confiáveis. As primeiras duas semanas
de adaptação podem deixar os pequenos bastante sensíveis já que mudanças na
rotina, insegurança, medo, frustração, irritação, podem aparecer vindos acompanhados por crises de choro. Embora seja difícil ver
tudo isso acontecer, aprender a lidar com essas emoções é uma etapa importante
do desenvolvimento infantil. É difícil para a criança e para a família, mas é
preciso ser firme e paciente.
Talvez você sinta a dor da separação mais do que
seu filho. Por isso, esteja preparado para lidar com esse sentimento ou, pelo
menos, aceitá-lo. Despedir-se de filho pequeno na entrada da escola é um dos
momentos mais difíceis na vida de uma mãe ou um pai. Apesar disto, é necessário
não deixar transparecer angustia ou preocupação para que a criança se sinta
confiante e independente. Caso o seu filho ainda não ande, passe-o para
o colo da professora com um beijo, mas sem muita enrolação. Se ele já for maior,
incentive-o a entrar caminhando e levando os próprios materiais. Agora, se é
você que não consegue se controlar na hora do adeus, considere pedir para que
outra pessoa leve seu filho para a escola durante alguns dias. Com o tempo, você
estará mais tranquilo e poderá assumir a função outra vez.
Como você percebeu, é bastante natural que esse momento de
volta às aulas seja conturbado e estressante, mas pode ganhar outro significado, bem
mais leve e divertido se considerarmos que é o momento de encontrar os amigos,
fazer novos colegas, ganhar autonomia e aprender. Mas para que
isto aconteça, é necessário que os familiares fiquem atentos, já que as
crianças podem não conseguir se expressar verbalmente sobre o que estão
sentindo, então, alguns sinais, como: pesadelos, falta de sono, mudanças no
padrão alimentar, choro sem explicação, irritação, resistência em obedecer,
etc., podem ser indicativos de que algo não está normal.
Diante
destas colocações, é preciso preparar as crianças para o início das aulas! Esta
preparação deve começar com o reestabelecimento de uma rotina organizada com
horários fixos para acordar, para as refeições e para o descanso. É
recomendável reduzir o tempo na internet e na tv. Uma dica bastante útil para “entrar
no clima” das aulas é envolver as crianças na preparação dos materiais e uniformes
escolares. Isso produz motivação para enfrentar
a nova fase e faz com que o preparo emocional aconteça naturalmente.
É importante lembrar e ressaltar o que de positivo acontece
com a rotina escolar. Independentemente da idade, palavras positivas e de
incentivo dos pais têm um forte impacto. Experimente estas: “Agora está difícil
para você, mas logo você se acostuma e vai adorar”; “Seus amigos também devem
estar se sentindo assim, é normal”; ou “O começo é assim mesmo. Mas essa é a
sua escola e você precisa entrar para aprender. Logo volto para te buscar”.
A volta às aulas é uma experiência
que acontece incontáveis vezes na vida da garotada, mas cada uma delas tem
novos sentimentos e expectativas. Ajude o seu filho a se organizar, dê bons
conselhos para que entre logo no clima e boa sorte! A escola é o momento mais
importante da vida das crianças, já que é lá que eles aprendem não só conceitos
teóricos como também a conviver com outras crianças e a se comportar em um
grupo.
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