Você já ouviu falar sobre a disortografia?
Maria Carolina G. S. Lolli
Um dos maiores desafios dos
professores é ensinar às crianças a arte de ler, escrever e expressar suas
ideias. Esse desafio se torna ainda maior quando relacionado à grande
expectativa dos pais e até mesmo das crianças pelo sucesso desta aprendizagem.
É normal que até o segundo ano, as crianças,
por ainda não dominarem as relações existentes entre os sons e as palavras
escritas, se confundirem ortograficamente. No entanto, com o passar do tempo,
elas precisam ter autonomia para a reflexão do processo de escrita. Quando isto não acontece, temos um quadro de
disortografia.
A
disortografia é um distúrbio da aprendizagem caracterizado por trocas de
letras; junções de palavras; confusão entre sílabas; omissão de letras;
dificuldade de perceber os parágrafos, a acentuação e a pontuação. Por todos
estes achados, podemos afirmar que a disortografia consiste em uma escrita, não
necessariamente disgráfica, mas com muitos erros.
Pode ser reconhecido por volta dos 8 aos 9 anos de idade, e se não
receber a intervenção correta, pode persistir. É
válido dizer que para ser diagnosticada a disortografia, a criança
não pode ter alterações intelectuais, sensoriais, neurológicas, motoras e
afetivas.
Precisamos pontuar que as alterações na
linguagem podem causar disortografia. Dentre estas alterações, podemos citar o
atraso na aquisição e/ou no desenvolvimento linguagem e o vocabulário pobre com
escasso nível verbal. Por esta razão, é importante que pais professores se
conscientizem da importância de se falar corretamente com as crianças,
incluindo nas conversas palavras novas e cada vez mais complexas.
A intervenção para alunos com disortografia
não deve seguir um único modelo, mas sim a uma variedade de técnicas que levem
em consideração não apenas a correção dos erros ortográficos, mas também a
percepção auditiva, visual e espaço-temporal, bem como a memória auditiva e
visual.
Quanto à intervenção específica sobre os
erros ortográficos, podemos incluir exercícios de substituição de um fonema por
outro, de letras semelhantes, de omissões/adições, de inversões/rotações, de
uniões/separações; de omissão/adição do “h” e ainda, a fixação das regras de
ortografia (letras maiúsculas/minúsculas, “m” antes de “b”/“p”, “r”/“rr”).
Para finalizar, é importante acrescentar que
qualquer que seja o procedimento escolhido para a intervenção de um transtorno
da aprendizagem, é importante que o educador (seja ele o professor, o
psicólogo, o pai, o tio ou o irmão, etc.) tenha em conta as reais habilidades e
dificuldades da criança e seja capaz de planejar um conjunto de atividades que
vão ao encontro dessas (in)capacidades específicas.
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