terça-feira, 20 de setembro de 2016

Você já ouviu falar sobre a disortografia?


Você já ouviu falar sobre a disortografia? 

Maria Carolina G. S. Lolli



            Um dos maiores desafios dos professores é ensinar às crianças a arte de ler, escrever e expressar suas ideias. Esse desafio se torna ainda maior quando relacionado à grande expectativa dos pais e até mesmo das crianças pelo sucesso desta aprendizagem.
É normal que até o segundo ano, as crianças, por ainda não dominarem as relações existentes entre os sons e as palavras escritas, se confundirem ortograficamente. No entanto, com o passar do tempo, elas precisam ter autonomia para a reflexão do processo de escrita. Quando isto não acontece, temos um quadro de disortografia.
A disortografia é um distúrbio da aprendizagem caracterizado por trocas de letras; junções de palavras; confusão entre sílabas; omissão de letras; dificuldade de perceber os parágrafos, a acentuação e a pontuação. Por todos estes achados, podemos afirmar que a disortografia consiste em uma escrita, não necessariamente disgráfica, mas com muitos erros. Pode ser reconhecido por volta dos 8 aos 9 anos de idade, e se não receber a intervenção correta, pode persistir. É válido dizer que para ser diagnosticada a disortografia, a criança não pode ter alterações intelectuais, sensoriais, neurológicas, motoras e afetivas.  
Precisamos pontuar que as alterações na linguagem podem causar disortografia. Dentre estas alterações, podemos citar o atraso na aquisição e/ou no desenvolvimento linguagem e o vocabulário pobre com escasso nível verbal. Por esta razão, é importante que pais professores se conscientizem da importância de se falar corretamente com as crianças, incluindo nas conversas palavras novas e cada vez mais complexas.
A intervenção para alunos com disortografia não deve seguir um único modelo, mas sim a uma variedade de técnicas que levem em consideração não apenas a correção dos erros ortográficos, mas também a percepção auditiva, visual e espaço-temporal, bem como a memória auditiva e visual.
Quanto à intervenção específica sobre os erros ortográficos, podemos incluir exercícios de substituição de um fonema por outro, de letras semelhantes, de omissões/adições, de inversões/rotações, de uniões/separações; de omissão/adição do “h” e ainda, a fixação das regras de ortografia (letras maiúsculas/minúsculas, “m” antes de “b”/“p”, “r”/“rr”).


Para finalizar, é importante acrescentar que qualquer que seja o procedimento escolhido para a intervenção de um transtorno da aprendizagem, é importante que o educador (seja ele o professor, o psicólogo, o pai, o tio ou o irmão, etc.) tenha em conta as reais habilidades e dificuldades da criança e seja capaz de planejar um conjunto de atividades que vão ao encontro dessas (in)capacidades específicas. 

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